Carro Elétrico

Uma das razões que me fizeram escolher Montreal pra morar em vez de voltar pra São Paulo é a taxa de poluição do ar, que é bem mais baixa aqui. Além disso, o transposte público bem organizado e a presença de ciclovias pela cidade acaba nos inventivando a não usar o automóvel tão intensamente quanto na cidade da garoa, reduzindo o trânsito - outra grande vantagem!

Mas aquela propaganda que diz que brasileiro é apaixonado por carro não deixa de ter uma certa razão. É muito bom se sentir livre pra dar aquele passeio no fim de semana, ir visitar aquele amigo que mora longe ou simplesmente poder trazer as compras de supermercado pra casa sem ter que fazer 3 viagens de bicicleta.

Muitos amigos e familiares ao meu redor tem comprado automóveis ou pelo menos tem planos de fazê-lo num futuro próximo. Por um lado, isso me deixa feliz porque é superlegal ver o pessoal progredindo e avançando ( e me dando carona), mas por outro, eu acabo ficando triste porque um carro a gasolina a mais nas ruas significa mais CO2 na atmosfera.

Na minha luta pra viver uma vida mais ecologicamente correta, eu resolvi ir atrás de uma solução pro problema - converter um carro a gasolina em elétrico. Minha iniciativa original - os meus discursos sobre os benefícios de andar de bicicleta - com certeza fará menos efeito agora que o inverno está chegando. (Andar de bike no frio não é tão ruim assim - pelo contrário, é bom para moral - mas a maioria da galera que vem de países mais quentes acaba optando por ter um carro pra fugir das baixas temperaturas.)

Por que construir, perguntou meu amigo Guimbão, se há carros elétricos ou híbridos disponíveis no mercado? A resposta é simples: o preço desses carros é absurdo e um reles mortal não tem poder aquisitivo suficiente pra adquirir um. O mais barato dos híbridos (gasolina/eletricidade), o Toyota Prius, sai por no mínimo U$21500. Já o REVAi, inteiramente elétrico, tem o preço equivalente a U$ 24500, mas está disponível apenas na Europa. Isso pra não falar do MA-RA-VI-LHO-SO Testa Roadster, que custa nada mais nada menos que U$109000. Pois é, infelizmente não é pra mim tão cedo. Há oficinas que oferecem o serviço de conversão, mas além de a mão de obra não ser barata (U$10000 pra converter) você ainda tem que fornecer um carro específico (e lá se vai mais U$20000).

Inspirada pelos blogs, livros e testemunhos virtuais de pessoas que já fizeram sua própria conversão, eu consegui convenser o Jon de que a idéia é boa e agora nós já temos um projeto de ciências pra completar. Nossa idéia é converter uma caranga bebedora de gasosa em um esbelto elétrico por no máximo U$3000. Espero que essa aventura inspire outras pessoas. Mãos à obra!

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