Sobre a violência policial
Como não entro muito frequentemente no Facebook, acabei vendo meio tarde um certo comentário que dizia o seguinte:
"Essa pessoa (seta indicando a foto) é a favor da polícia descer o cacete nos estudantes da USP - Universidade não é lugar de fumar maconha".
Bom, deixemos de lado os erros gramaticais e contextuais e conversemos um pouco sobre violência policial.
Por que é importante levar esse assunto a sério?
Muitas vezes, cidadãos que se consideram dentro da lei desdenham notícias sobre protestos em favor da democracia e contra a violência policial. É fácil entender o raciocínio dessas pessoas: a polícia existe pra defender os bons cidadãos e para punir àqueles que não cumprem a lei. Muito bem, muito legal. O problema começa quando a diferença entre bem e mal não é assim tão clara. A ditadura militar acabou não faz muito tempo, será que a gente já esqueceu os vários exemplos de que a polícia existe para defender os interesses dos mais poderosos?
Mesmo em países onde a polícia não está contaminada por corrupção, basta o indivíduo ser pobre ou pertencer a uma minoria étnica para que ele seja enquadrado como mais suspeito do que alguém "comum" (leia-se branco de classe média). Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo o US Bureau of Justice Statistics, 39,4% da população carcerária é negra, enquanto os negros representam apenas 12,6% da população geral - seria uma grande inocência, pra não dizer ignorância, atribuir esses números a uma real disproporção no número de crimes cometidos por brancos e negros.
Recentemente, ficamos sabendo do caso dos estudantes da Universidade da Califórnia-Davis que estavam protestando pacificamente e foram literalmente atacados com spray de pimenta por um policial. Exemplos como esse nos mostram como a polícia não é uma força para o bem da democracia, mas uma arma para a manutenção do poder das elites.
No caso do Brasil, a questão da brutalidade policial é ainda mais grave. A cada ano, os informes da Anistia Internacional denunciam corrupção, abuso de poder, tortura e outros problemas que assolam as forças policiais do país, mas os governos federal e estatais prestam pouca atenção à questão e a população é muito apática para exigir mais justiça. Nossa herança cultural de anos sob domínio militar fica clara...
"Essa pessoa (seta indicando a foto) é a favor da polícia descer o cacete nos estudantes da USP - Universidade não é lugar de fumar maconha".
Bom, deixemos de lado os erros gramaticais e contextuais e conversemos um pouco sobre violência policial.
Por que é importante levar esse assunto a sério?
Muitas vezes, cidadãos que se consideram dentro da lei desdenham notícias sobre protestos em favor da democracia e contra a violência policial. É fácil entender o raciocínio dessas pessoas: a polícia existe pra defender os bons cidadãos e para punir àqueles que não cumprem a lei. Muito bem, muito legal. O problema começa quando a diferença entre bem e mal não é assim tão clara. A ditadura militar acabou não faz muito tempo, será que a gente já esqueceu os vários exemplos de que a polícia existe para defender os interesses dos mais poderosos?
Mesmo em países onde a polícia não está contaminada por corrupção, basta o indivíduo ser pobre ou pertencer a uma minoria étnica para que ele seja enquadrado como mais suspeito do que alguém "comum" (leia-se branco de classe média). Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo o US Bureau of Justice Statistics, 39,4% da população carcerária é negra, enquanto os negros representam apenas 12,6% da população geral - seria uma grande inocência, pra não dizer ignorância, atribuir esses números a uma real disproporção no número de crimes cometidos por brancos e negros.
Recentemente, ficamos sabendo do caso dos estudantes da Universidade da Califórnia-Davis que estavam protestando pacificamente e foram literalmente atacados com spray de pimenta por um policial. Exemplos como esse nos mostram como a polícia não é uma força para o bem da democracia, mas uma arma para a manutenção do poder das elites.
No caso do Brasil, a questão da brutalidade policial é ainda mais grave. A cada ano, os informes da Anistia Internacional denunciam corrupção, abuso de poder, tortura e outros problemas que assolam as forças policiais do país, mas os governos federal e estatais prestam pouca atenção à questão e a população é muito apática para exigir mais justiça. Nossa herança cultural de anos sob domínio militar fica clara...
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